Mas não é para praticar, não, mas apenas para observar. E segundo o casal swinger Kelly e Bruno, ambos de 25 anos, proprietários da loja Sexy Cherry essa técnica pode dar certo.
O voyerismo em casas e festas de swing pode deixar o casal cheio de ideias para novas aventuras. "Estar num ambiente sensual ajuda a aflorar o lado sexual dos parceiros, muitas vezes apagado pelo tempo de relacionamento", pensa Kelly. "E isso não serve somente para a hora que estão lá. Durante semanas eles ficarão com as cenas na cabeça, aumentando assim seus pensamentos referentes ao sexo."
A ideia de ir a uma casa de swing para apimentar a relação só funciona se a relação dos parceiros estiver solidificada. A prática não vai salvar o casamento de ninguém. "Para um casal que não se entende mais o swing trará mais desentendimentos. Swing não salva casamento, mas pode melhorar casamentos bons que estão precisando de algo a mais", garante Kelly.
Para os casais iniciantes, a swinger disponibiliza um manual. Ele indica que o local mais adequado para quem quer somente observar são casas de swing e baladas liberais. Isso porque os encontros em motéis e residências com algum casal ou single (homens e mulheres solteiras) a obrigatoriedade de fazer sexo pode desagradar.
Na opinião da terapeuta de casal, sexual e urologista Sylvia Faria Marzano, quando o casal pratica o voyerismo pode ser que esteja observando um modo de fazer sexo que gostaria de ter. Isso até pode servir para estimular os parceiros que querem permanecer juntos.
Mas mesmo assim, ela defende que para a melhora da relação sexual, em primeiro lugar, o parceiro deve conhecer seu próprio corpo e o do outro. Cada um deve saber como gosta de ser tocado e estimulado e quais são seus pontos eróticos. "Em um relacionamento fugaz, como parece acontecer em uma casa de swing, não dá para aprender como o corpo do outro responde melhor. Isso demanda tempo de relacionamento, descoberta, observação."
Assim como Kelly, Dra. Sylvia é firme ao falar que práticas desse tipo não salvam casamento. "Se a relação está falindo a causa não é só sexual, embora muitos atribuam esse desajuste do casal à falta de sexo", diz. E completa: "Temos que cuidar para que, principalmente as mulheres, não se abusem psicologicamente, aceitando uma ida a uma casa de swing sem estarem preparadas, só porque o parceiro quer dar uma ‘reciclada’."
A terapeuta pensa que para reativar o sexo na relação o casal precisa investigar: por que o sexo diminuiu? O que contribuiu para que a excitação não exista mais? Quais as expectativas do casal em relação a estar junto que não se confirmou? Por quanto tempo o casal se permite estar sozinho? Existe alguma individualidade dos parceiros, ou eles se colocam como metades da laranja? "Se o casal está com dificuldades o ideal seria procurar ajuda com um terapeuta", finaliza Sylvia.